As 10 piores estradas do Brasil

Na estrada - 01/08/2008

A revista americana Travel and Leisure surpreendeu ao incluir em seu ranking a estrada da Graciosa, no Paraná, entre as mais assustadoras do mundo. Certamente seus repórteres não passaram nas estradas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, onde o motorista enfrenta o desafio de quilômetros e quilômetros de buracos, falta de sinalização e animais soltos na pista. Para fazer o Guia Quatro Rodas Estradas 2009 (lançamento dia 29 de agosto), a equipe de repórteres percorreu cerca de 250 mil quilômetros de estradas pelo país. Com a informação na mão, foi fácil montar o ranking das 10 piores. Saíram a BR-452 de Itumbiara a Rio Verde (GO) e a BR-364 de Alto Araguaia a Rondonópolis (MT), ambas na região Centro-Oeste.

1ª) PI-140 – Floriano-divisa PI/BA (PI) – O sul do Piauí está praticamente sem ligação terrestre. São 325 quilômetros de buraqueira, isolando o Parque Nacional da Serra da Capivara, uma das principais atrações turísticas e culturais do país.

2ª) BR-235 – Trevo de Pau-a-Pique-Remanso-divisa BA/PI (BA) – Fica do outro lado do Rio São Francisco, onde parece que a estrada foi esquecida junto com os lugares por onde passa.

3ª) BR-349 – Bom Jesus da Lapa-Santa Maria da Vitória (BA) – Antes de pegar essa estrada, passe na Gruta do Santuário em Bom Jesus e reze bastante pra São Cristóvão protegê-lo.

4ª) BA-052 – Xique-Xique-trevo de Tapiramutá (BA) – Deve ser por isso que o preço do feijão está salgado. Os caminhões que transportam o alimento se arrebentam nos 250 quilômetros de buracos, encarecendo muito o frete.

5ª) BR-174 – Presidente Figueiredo-Caracaraí (AM/RR) – Com mais de 500 quilômetros de buraco, é a mais extensa rodovia precária do país. Não pare dentro da reserva indígena, Waimiri-Atroari, onde o tráfego é liberado apenas entre 6h e 18h.

6ª) BR-267 – Bataguassu-Nova Alvorada do Sul (MS) – São mais de 200 quilômetros de buracos, praticamente desertos e pouquíssimos postos de combustível.

7ª) BR-020 – Tauá-divisa CE/PI (CE) – Outro trecho precaríssimo histórico, com 90 quilômetros esburacados há décadas. E pior: posto de combustível ou borracheiro só ser for miragem. Em uma das crateras, nosso repórter entortou a roda e perdeu a calota.

8ª) BR-354 – Patos de Minas-trevo da BR-262 (MG) – Os caminhões carregados de milho que partem de Patos se arrebentam nos 130 km de buraqueira.

9ª) BR-230 – Carolina-Riachão (MA) – Com ironia, os nativos dizem que a estrada tem só um buraco, de 104 km de comprimento, desde Carolina até Richão. É um daqueles trechos precários históricos, que mal acabam de consertar os buracos reaparecem.

10ª) PA-150 - Eldorado dos Carajás-Sapucaia e Rio Marias-trevo de Floresta do Araguaia (PA) - Atravessar o sul do Pará é um desafio crônico a qualquer motorista. Estradas esburacadas e perigo de asssalto são ameaças constantes.

Dilson Duques

Editor de Estradas

As 10 melhores estradas do Brasil

Na estrada - 17/12/2008

foto Juca Martins

Prosseguindo com as dicas para você viajar melhor neste verão, apresentamos um novo ranking das melhores estradas brasileiras. Pouca coisa mudou em relação ao último levantamento postado no meio do ano. Destacamos uma pequena queda da Castello Branco e a merecida estréia da Rod. D. Pedro I entre as 10 mais.

Vale lembrar que a equipe do Guia Quatro Rodas é a única a percorrer 250 mil km de estradas anualmente. De Chuí (RS) a Assis Brasil (AC), estamos presentes em todos os principais eixos rodoviários do país.

1ª) SP-348 (Bandeirantes) – São Paulo-Cordeirópolis (SP) – Continua encabeçando o ranking, um exemplo de estrada de primeiro mundo. Traçado moderno e seguro, com amplo canteiro central. Bom atendimento ao usuário, embora nem sempre os telefones de emergência funcionem. Os poucos postos de combustível são bem estruturados e estão entre os melhores do país.

2ª) SP-160 (Imigrantes) – São Paulo-São Vicente (SP) – Uma oponente de peso para a Bandeirantes, é também uma das estradas mais cênicas, ao menos na pista de subida da serra do Mar. Para construir uma rodovia praticamente sem curvas, a concessionária Ecovias abusou da arrojada engenharia ao abrir túneis para preservar a Mata Atlântica e viadutos ao longo da serra do Mar. Quem nunca dirigiu pela pista de descida, fique sabendo que são 3 túneis de 3 km, 2 km e 3 km, separados por pouco mais de 100 m. É a mais rápida e curta ligação entre a capital e o litoral, porém nos feriados prolongados formam-se grandes congestionamentos na praça de pedágio – um dos mais caros do país.

3ª) SP-070 (Ayrton Senna/Carvalho Pinto) – São Paulo-Taubaté (SP) – Administrada pelo Dersa, concessionária controlada pelo Governo do Estado, serve de alternativa à sobrecarregada Via Dutra, sendo o melhor acesso da capital para o litoral norte, Vale do Paraíba e Campos do Jordão. É uma das estradas mais recentes do ranking, construída na década de 80 e ampliada nos anos 90. Apresenta traçado moderno e seguro, mas poucos e estruturados postos de combustível.

4ª) SP-310 (Washington Luís) – Limeira-São José do Rio Preto (SP) – As concessionárias Centrovias e Triângulo do Sol administram a estrada que liga o final da Rodovia dos Bandeirantes com o norte do estado, atravessando importante região agropecuária. Seu traçado reto é um fator que ajuda na boa conservação. Justamente na serrinha de Rio Claro fica seu trecho mais crítico, onde o motorista deve tomar mais cuidado.

5ª) SP-280 (Castello Branco) – São Paulo-Espírito Santo do Turvo (SP) – Perdeu duas posições em relação ao último ranking, sinal de que melhorias devem ser feitas. Se a sinalização e os postos de parada são excepcionais, o mesmo não se pode dizer do ruidoso pavimento.

6ª) SP-330 (Anhangüera) – São Paulo-divisa SP/MG (SP) – O traçado antigo até Limeira é o mais movimentado, especialmente entre Campinas e Limeira. Daí para frente, o tráfego só fica bem intenso na região de Ribeirão Preto. Como atravessa uma região abastada do estado de São Paulo e é o melhor aceso terrestre ao Distrito Federal, recebe constante manutenção.

7ª) BR-290 (Freeway) – Osório-Porto Alegre-Eldorado do Sul (RS) – Uma rodovia vanguardista, a única do ranking fora do Sudeste. Principal acesso da Capital ao litoral gaúcho, foi a primeira rodovia de pista dupla e pioneira administração por concessionária no estado. É a única no país com emissora de rádio exclusiva, basta sintonizar a FM 88,3.

8ª) BR-040 (Washington Luís) – Rio de Janeiro-Juiz de Fora(RJ/MG) – Tem traçado sinuoso e sujeito a neblina em todo o percurso. Torça para pegar um dia aberto e curtir o visual das montanhas fluminenses. O trecho entre Petrópolis e Três Rios, além de ser bonito, tem de tudo: ótimos hotéis, bons restaurantes e manutenção elogiável.

9ª) SP-225 (Com. João Ribeiro de Barros/Engº. Paulo Nilo Romano) – Bauru-Itirapina (SP) – Com duplicação recém-concluída, facilitou muito o acesso para Brotas, capital do turismo aventura em São Paulo.

10ª) SP-065 (Rod. D. Pedro I) – Jacareí-Campinas (SP) – Estréia mais do que merecida no ranking. Os leitores reclamaram e mostraram que estavam com razão. Tem traçado moderno e liga o vale do Paraíba à região campineira. Traçado seguro e sinalização eficiente são seus trunfos.

Fernando Leite